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Mensagens

Natal em Portugal

Este é o terceiro ano que passo o Natal em Portugal e me vejo na obrigação de escrever alguma coisa a respeito desta festa. Meus amigos portugueses em sua grande maioria não acreditam em Deus e isso de alguma me deixa curioso como eles festejam a data do nascimento de Cristo sem a natureza da festa e do aniversariante. Certa vez, cheguei a dizer que os meus amigos são ateus com Deus. Isso, de alguma forma, provocou algum mal-estar, entretanto não poupei palavras que tratavam do assunto. Culpam Salazar e a forma que a Igreja Católica apoiou o Estado Novo em Portugal. Há, até hoje, um ressentimento pelo o que Salazar junto com a Igreja Católica entre outros sectores da Sociedade portuguesa fizeram contra os próprios portugueses. Tudo que esta associado ao Estado Novo é completamente afastado, maldito, negado, enfim não presta. Ando pelas ruas da cidade do Porto. Parece que este ano festejarei o final de ano aqui. Vejo que a cidade esta se ornamentando para isso. A iluminação é completame

Sei quem você é, mas você não igual a mim.

O filme The Human Stain do diretor Robert Benton, baseado no Romance de Phillip Roth, que em língua portuguesa realizado no Brasil recebeu o título de Revelações, vai tratar sobre identidade de forma muito sofisticada. Collmean Silk é filho de casal de afro - americanos judeus, Clarence Silk, o pai, que é garçom de trem – taverneiro, e sua mãe Dorothy Silk, enfermeira. Colleman tem como irmãos Valter e como irmã Ernestine. Todos com a mesma cor de pele: negra; exceto Colleman que branco de olhos azuis. O filme é entrecortado e marcado por três relacionamentos vividos por Colleman. Primeiro, no final da adolescência, com Steena Paulssuon, branca, filha de pai descendente de islandês e por parte de mãe tem uma herança dinamarquesa. A segunda Íris com quem casou-se, por fim, a terceira, com cerca de 70 anos Faunia Farley na condição de viúvo. Colleman ainda estudante vive um relacionamento com Steena que vai constituir uma ruptura em sua vida. Eles se amam. O Sr. SIlk sente a necessidade

Gilberto Gil: entre o mar e o sertão

Gilberto Gil é um dos artistas da música popular brasileira que tem uma capacidade de ser transversal em seus temas: ao falar do campo e da cidade. Ele mantém a mesma consistência poética. Suas letras representam de muito perto a realidade do homem e da mulher do campo suas alegrias, dores e sua relação com a natureza. Da mesma forma que, o autor vai construindo um mosaico de cores e cheiros que traduzem o modo de ser e modo de estar no homem nordestino brasileiro. Percebe-se uma forte influência de Luís Gonzaga, músico brasileiro que popularizou ritmos como: o xaxado, o baião e xote. O Forró, que tem no sentido essencial, um baile, festa, que realizava-se apenas no final das colheitas de milho, amendoim, laranja entre outros legumes e frutas que são abundantes nesta época do ano. De forma que se constrói toda uma culinária típica para esta época do ano. O Forró na actualidade brasileira ganhou a simpatia da cidade, seja por que o homem do campo tenha mudado de espaço e levou a sua mú

O Outono

Nunca, “ As quatro estações”, de Vivaldi fez tanto sentido como faz agora. As praças e ruas repletas de folhas caducas, amareladas, resecadas pelo um sol de Outono. Um vento frio vai nos acompanhando por todo o momento e movimentando as folhas para um lado e para outro. O Inverno se aproxima. Todos já sabem, menos os que chegam por aqui, estão ainda com a sensação térmica do seu espaço geográfico. Primavera e Verão, pensamos que conhecemos, talvez, por isso, saibamos conviver com temperatura altas. Quando Pêro Vaz Caminha fazia sua carta, a nudez foi um dos pontos principais. É compreensível entender o que as estações mais frias podem construir nas culturas dos homens. O português foi descrendo e ao mesmo tempo se despindo perante ao leitor que futuramente receberia a sua carta, o Rei, D. Manuel, e hoje é fácil constatar basta comprá-la em qualquer livraria terá o registro de nascimento do Brasil. Pêro Vaz Caminha vai se deliciando com as curvas e asseio das índias de Coroa Vermelha, e

Identidade(s)

À Marcelo Geraldo Stuar Hall no livro, “ Identidade Cultural na Pós – Modernidade ”, procura designar para identidade três conceitos: o primeiro, para o sujeito Iluminista, o segundo, para o sujeito sociológico, e terceiro para o sujeito Pós Moderno. Se tratarmos da cultural material da cidade do Porto como uma linguagem, que dimensiona a mentalidade homem e o espaço geográfico. Observaremos uma íntima ligação entre a cidade de Salvador na Bahia e a cidade do Porto em Portugal. Entre a baixa e a alta da cidade, entre os rostos salgados de homens e mulheres, entre as fachadas das casas que tanto nos dizem algo, como as ruas estreitas da cidade do Porto. Em Salvador, ficaram sítios e acervos, memória viva da arquitectura Portuguesa, traço identitário tão forte que nos faz pensar que a arquitectura é de um pensar baiano quando não o é. Pois, então, perguntamos, Se pensarmos em cultura material baiana dentro de uma mentalidade portuguesa sem ao menos conhecê-la? Isto nos revela o quanto nó

Nem tudo que si vê, si é

Há de se perceber que desde Carmem Miranda, que nasceu em Portugal, criou-se uma imagem da mulher brasileira, dançarina, alegre, a cantar a beleza da sua terra através do cinema por todas partes do mundo. No decorrer do tempos, foram se avolumando os adjectivos ao corpo e a sua sexualidade. As imagens constitutivas das mulheres brasileiras no Brasil exploram seu corpo, isto é um fato. As representações das actrizes brasileiras dão continuidade da relação mulher, corpo e sexualidade. Dando a entender que toda mulher brasileira segue este modelo fiel de mulher lasciva, sedutora, amante e/ou prostituta. Como se pudesse cristalizar a imagem de uma personagem de novela a todas as mulheres brasileiras. É bom se ter a medida entre o ofício da actriz representar para desenvolver uma trama de entretenimento, e o real dentro de suas possibilidades de leitura. Sem tocar em dados históricos, mas de alguma forma os tocando. Não apenas a prostituta, mas também a prostituição não é uma invenção b