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A mostrar mensagens de janeiro 9, 2019

O leão abobalhado

Domingos Oliveira de Sousa Vi um leão bobo. Disseram a ele que era o rei da selva. Ele acreditou. Podia mandar em tudo e todos. “Sou o rei”. “Mando aqui sozinho. ” Pensou por alguns segundos. O rei não sabia ler. Não sabia também escrever e falar em público. Ele não tinha habilidade para falar sobre assuntos espinhosos. Ele chamou o macaco prego para ser seu porta-voz. O macaco prego não era o mais malandro da selva, mas ele tinha um histórico de várias canalhices. Todo mundo sabia de como se comportava o macaco. Ele aprontava e dizia que era outro. Ele dizia a todo mundo que era honesto. Ninguém acreditava, mas todo mundo sabia quem era o macaco.  Todo mundo ouvia o macaco, porque o leão, quando falava era através da ameaça. “Vou matar você”, “Vou comer você”, “Vou expulsar você de minha selva” e a coisa iam caminhando para um caos total na selva. Sempre que podia o macaco colocava uma casca de banana no caminho do leão. O rei dos animais pisava na casca. A pa

Página Virada

Domingos Oliveira de Sousa É lembrando Chico Buarque, contudo não é apenas um folhetim. O ano termina com a sensação de uma mudança. Sei que estou fora dessa agenda. Encontro-me fora tanto do ponto de vista municipal, estadual e federal. De fato, são várias “páginas viradas”. Quando falo em outsider, refiro-me à Norbert Elias e a minha condição de professor, afrodescendente e nordestino. Talvez, ou muito certamente, eu faça parte do sujeito que compõe a modernidade tardia de A. Giddens ou a modernidade líquida de Z.B. É como se eu chegasse em uma festa que começou no início do século XX, e eu entrasse nesta festa no início do século XXI, entendo que não estou em igualdade de condições com aqueles que historicamente já tem se espaço conquistado. Eu chego para pagar a conta, para limpar o chão, o banheiro. Estou aqui para cortar a grama. Lavar os pratos. Assistir televisão e imaginar que faço parte desta tal modernidade. Sei o quanto é incomodo, quando estou a ocupar alguma