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Mensagens

O que a justiça brasileira tem feito?

Domingos Oliveira de Sousa [1]     Quando se fala em justiça imagina-se a balança, o martelo e a cegueira. O povo tem uma senhora sensibilidade sobre a justiça. Lembro de Fabiano de “Vidas Secas” de Graciliano Ramos. Os dois encontros com o Soldado Amarelo são bem exemplares. O primeiro Fabiano alega que colocaram água na cachaça. Além de apanhar vai preso. Em um segundo momento, o Soldado Amarelo encontra com Fabiano no mato. Este se amedronta, contudo Fabiano não tomou a mesma atitude do Soldado Amarelo. Ou seja, uma autônomo e outro heterônomo. Quero dizer com isso que o povo tem a sensibilidade da justiça através da polícia, que muitas das vezes é heterônoma: agressiva, truculenta, corrupta. Sei que a polícia é um aparelho repressivo como diz Althusser, entretanto como justificar tantas mortes de adolescentes afrodescendentes brasileira nas periferias do Brasil? Os núcleos familiares sabem como a justiça têm atuado com a população pobre. As pessoas si

Península de Itapagipe: Salvador/Bahia

A racialização do voto

Domingos Oliveira de Sousa [1] Sei que em muitas sociedades o voto, a eleição e os eleitos, bem como os que perdem os pleitos representam uma cultura, e uma cultura política, uma forma de viver de vários grupos sociais de maneira que o povo ­­­se ver representado por um homem ou uma mulher. Eis que, está entre outras formas far-se-á manutenção do poder ou dos poderes por determinado/s grupo/s. Creio que no contexto soteropolitano a   cultura política tem a intenção de manter a população afrodescendente sob controle. Isto quer dizer que a política e o poder político encontram-se nas mãos dos brancos ou de ideologia branca.   Numa conversa informal com a historiadora baiana Marli Geralda Teixeira. Questionamos; Se Obama fosse candidato a Prefeito de Salvador, então ele venceria? Sei que os números são inversos, a maioria afrodescendente para minoria branca em Salvador. Isto seria suficiente para chegar a algumas conclusões, contudo entendo e controlo a ans

Aqueles que merecem auxílio moradia!

E agora Lula?

Domingos Oliveira de Sousa [1] Acredito que neste momento político a ficção e a realidade se aproximam. O poeta mineiro e político pernambucano: as possíveis angústias e representações do José e Lula são tão distantes e ao mesmo tempo tão próximas que é possível refletir, cogitar ou ainda interpretar o real e a alegoria poética. Sabe-se que Lula da Silva por vir a tornar-se presidente do Brasil pela terceira vez. Talvez, esta seja a sua sina, contudo os percalços não são poucos. Esta condição de político preso e preso político como afirma de forma inteligente o cantor e compositor Gilberto Gil nos possibilita vários contextos que o jogo político pode vir a sugerir. O primeiro seria Lula mesmo na prisão; ser eleito e ganhar a eleição. Isso, de fato, poderia acontecer, contudo já existe uma movimentação em torná-lo inelegível em definitivo. Será que é definitivo? “Sou uma ideia, uma ideia não se prende” disse o ex-presidente. Isto quer dizer que este é capaz de fazer a tra

Por uma Educação Necessária: a marginalização do escolar

Domingos Oliveira de Sousa [1] Passei cerca de 14 anos em só uma escola pública; antes disso eu trabalhava em escolas particulares. Cheguei com o entusiasmo e ritmo de professor de escola particular. Em menos de uma semana, percebi que naquele espaço nada funcionava como eu imaginava. Sabia através de relatos de alunos de cursos preparatórios que a escola tem uma deficiência em cumprir todo o conteúdo programático proposto para o ano letivo. Nada obriga ao professor/a trabalhar o conteúdo por completo. Isto de fato cria um contexto extremamente perturbador para o estudante, ou seja, ela avançava no ano letivo, contudo não foi visto o conteúdo, que ele deveria estudar durante aquele ano letivo.   O/A estudante termina o ensino fundamental sem saber construir um parágrafo, sem saber ler, bem como sem saber escrever com a devida pontuação; muito menos interpretar um texto, ou ainda correlacionar com a sua realidade entre outras realidades possíveis. Enfim, o temp

Educação Necessária: a sensação de algo agonizante na Educação Básica.

      Domingos Oliveira de Sousa [1] A ideia de uma educação necessária perpassa pela atual realidade em que se encontra o espaço escolar público.  Benedict Anderson é autor de “Comunidades Imaginadas”. Creio a melhor forma de iniciar este texto com a ideia de imaginar-se em fazer parte de alguma coisa. Esta possível relação de pertença com o mundo interno ou externo ao ambiente  escola.  A ideia de ser um craque no futebol. A ideia de ser modelo e desfilar nas mais importantes passarelas do mundo. Um coisa é você querer fazer parte deste ou daquele mundo. Outra coisa é aquele ou aquele outro mundo lhe aceitá-lo como você é. Imaginar a educação do outro sem com isso, fazer parte disto. Imagino a disposição da comunidade  legisladores no cuidado com a educação básica pública, onde seus filhos/as estarão sob os cuidados da educação privada e seu eleitorado da escola  pública pode acreditar nesta construção política?  Imaginar o espaço  escolar como um local de  encontro