Acredito
que neste momento político a ficção e a realidade se aproximam. O poeta mineiro
e político pernambucano: as possíveis angústias e representações do José e Lula são
tão distantes e ao mesmo tempo tão próximas que é possível refletir, cogitar ou
ainda interpretar o real e a alegoria poética.
Sabe-se
que Lula da Silva por vir a tornar-se presidente do Brasil pela terceira vez.
Talvez, esta seja a sua sina, contudo os percalços não são poucos. Esta
condição de político preso e preso político como afirma de forma inteligente o
cantor e compositor Gilberto Gil nos possibilita vários contextos que o jogo político
pode vir a sugerir.
O
primeiro seria Lula mesmo na prisão; ser eleito e ganhar a eleição. Isso, de
fato, poderia acontecer, contudo já existe uma movimentação em torná-lo inelegível
em definitivo. Será que é definitivo? “Sou uma ideia, uma ideia não se prende”
disse o ex-presidente. Isto quer dizer que este é capaz de fazer a transferência
de votos a fim de tornasse vencedor; mesmo preso e inelegível.
Se
é uma ideia, petistas como Jacques Wagner, ex governador da Bahia, ou ex
prefeito de São Paulo Fernando Haddad estão sendo cogitados para representar
esta ideia que se encontra presa. Em certa medida, pode-se compreender como
estratégia essa manutenção do nome de Lula “José” em cárcere e existencial como
candidato. Isto de alguma forma, não os coloca nos holofotes da comunicação
social e/ou da polícia federal tanto um outro postulante ao cargo de presidente
do Brasil. Lula não recebe mais nenhum tiro por estar preso, ou contrário, o
desejo é de libertá-lo, a fim de que este participe de forma democrática a
próxima eleição é um lema: “Lula
Livre”. Outra adversativa, a democracia tem saído do cenário político, isto é,
talvez Lula continue preso e a eleição
não aconteça por força da possível vitória do PT (Partido dos Trabalhadores) na
próximo pleito presidencial.
Terceiro,
ventila-se ainda duas alianças com Lula preso, todavia elegível. Com Ciro Gomes
do PDT (Partido Democrático Trabalhista) mais ao centro direita ou com Manuela
D’Ávila do PC do B (Partido Comunista do Brasil) mais à esquerda que o próprio
PT. Esta movimentação ideológica aparentemente não conta. Isto é, Manuela pode
alguma forma representar para muitas mulheres a ideia de representação da
mulher no palácio do planalto, enquanto a Ciro Gomes a impressão dada é que uma
classe social tem a simpatia dele a outros candidatos.
E,
por fim, José vive a sua angústia existencial. Quais são as saídas? Qual será o
seu fim? A Democracia voltará? “E agora José? ”.
Referências
Andrade, C.D. Obras Completa. Rio de Janeiro. Nova
Aguilar.1992.
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