Domingos Oliveira de Sousa[1]
A
ideia de uma educação necessária perpassa pela atual realidade em que se
encontra o espaço escolar público.
Benedict Anderson é autor de “Comunidades Imaginadas”. Creio a melhor
forma de iniciar este texto com a ideia de imaginar-se em fazer parte de alguma
coisa. Esta possível relação de pertença com o mundo interno ou externo ao
ambiente escola.
A ideia de ser um craque no futebol. A ideia
de ser modelo e desfilar nas mais importantes passarelas do mundo. Um coisa é
você querer fazer parte deste ou daquele mundo. Outra coisa é aquele ou aquele
outro mundo lhe aceitá-lo como você é. Imaginar a educação do outro sem com
isso, fazer parte disto. Imagino a disposição da comunidade legisladores no cuidado com a educação básica
pública, onde seus filhos/as estarão sob os cuidados da educação privada e seu
eleitorado da escola pública pode acreditar
nesta construção política?
Imaginar
o espaço escolar como um local de encontro de classes sociais, que, por
princípio, deveriam convergir na construção conhecimento, na aprendizagem
significativa, no discutir, convergir e divergir de ideias. Ao que parece, ocorre o contrário,
perdeu-se a noção de senso crítico, a formulação é de senso comum ganhou
terreno e impossibilitou o/a estudante pensar sobre si, sobre o outro, sobre o
mundo no qual se encontra e descortina, sobre os mundos que lhe atinge se nem
ao menos tocá-lo do ponto de vista concreto. Enfim, o/a estudante se encontra no
emaranhado de conceitos sociais,culturais, econômicos, políticos, jurídicos,
que pululam a sua frente e que este ou esta mal sabe que norte tomar. Ou ainda
alguns nortes são tomados para eles e elas
sem ao menos estes perceberem.
O
segundo fato social é que os filhos e filhas dos/as professores/as da educação
básica não estudam, na sua maioria
significativa, nas escolas onde seus pais trabalham. Isto também se estendem a
outras esferas do poder público, seja em administração do município, seja em
adminstração do Estado. Os políticos, no exercício do cargo, socialistas e neoliberais não colocam seus
filhos e filhas nas escolas públicas, que estão sob a sua administração. Os
filhos e filhas de tecnocratas e do próprio secretário de educação municipal e estadual deveriam estudar por
obrigação na escola pública. A impressão dada é que não se trata apenas da
falta de sensibilidade, mas também de um fazer a distância: longe da classe
social que o elegeu. A administração
tanto do ponto de vista estadual quanto municipal quer o controle da massa. Eis o problema científico: Se políticos de linha ideológica
socialista e neoliberais tanto
municipal quanto do estadual não de priorizam a educação básica como
política de governo, então a qualidade do ensino produzido na educação básica
demonstra a incapacidade dos gestores públicos em construir sujeitos cônscios
para viver em sociedade? Então, uma das hipóteses seria: Para que serve a
educação básica na formação intelectual da juventude: oprimir ou libertar?
Eis
a questão: a escola que deveria ser um aparelho ideológico do Estado como
afirma Louis Althusser tem se transformado em aparelho repressor. Portanto,
nestas relação de Estado Opressor e educador oprimido. a juventude será as cinzas intelectuais de um futuro morto.
Referências
ANDERSON,
Benedict. Comunidades imaginadas: reflexões sobre a origem e a difusão do
nacionalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
ALTHUSSER,
Louis. Idéologie et Appareils Idéologiques d’État. La Pensée, 151, junho de
1970.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 50. ed.
São Paulo: Paz e Terra, 2011
FREIRE, Paulo. Açao cultural para a liberdade.
2ª ed.(1ª edición: 1975). Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1977.
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