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Perdeu-se o bom senso... ou/e somos brutos?



Talvez, sejamos brutos. Ou talvez, necessitamos de leis que digam o que fazer frente ao outro diferente ou igual a nós mesmos. Esta é a sensação que passa. A ideia de fracasso como ser humano que não consegue respeitar o seu próximo. Enfim, somos brutos?
Este é o desafio da nossa autonomia moral ou da nossa heteronomia. A ideia da lei é boa. Estatuto disto e daquilo.... Lei daquilo e de outros... e ....outros. Elas são importantes porque asseguram os direitos das minorias pouco assistidas socialmente. A questão é: a lei que controla os  homens ou os homens que controlam às leis?
A ideia que passa é que somos brutos, trapaceiros, enganadores dos ignorantes. Somos heterônomos. Somos tão brutos que tiramos proveito da ignorância do povo. Esta é a vergonha maior. Ou a falta de vergonha de poucos em detrimento a falta de conhecimento de muitos. Esta é a grande crueldade.  A tortura mental do iletrado. A dificuldade da construção de uma razão que possibilite um entendimento do que ocorre com seu eu e com seu entorno. Esta síndrome de Fabiano de Vidas Secas de Graciliano Ramos e de Macabéia da Hora da Estrela de Clarice Lispector fica latente na movimentação do povo frente às pedagogias diárias que fomentam a ignorância do povo. Sabe-se que a cachaça tem água para render lucro, mas não tem apoio do poder de polícia para denunciar o crime. Fica aquela sensação de impunidade que só reforça  o poder econômico de poder de polícia.
Este é o desafio do ser humano. Isto é, ter a capacidade de respeitar o outro; mesmo que este não o compreenda por completo. Este distanciamento respeito é necessário para respiramos o mesmo ar. Não temos esta extensão de reflexão de nós mesmos e do outro que necessita sair da caverna quando lembro de Platão.
Estamos em tempos do boçal... os ladinos se fazem raros... Percebe-se que esta palavra saiu do sentido que Capistrano de Abreu tanto quando de Gilberto Freire fizeram ao se referirem ao africano escravizado, que não sabia comunicar-se na língua local. O boçal ao qual me refiro é aquele que Caetano Veloso faz uso em Podre Poderes. O boçal citadino. O  boçal letrado. O boçal bacharel.

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