Domingos Oliveira de Sousa[1]
Pega-se a Bíblia e vai-se fazer
política partidária. Estamos na idade média ou tenta-se fazer um go back à
Babilônia para construir ou reproduzir uma ética aristotélica perfeita.
Quem confia em quem? Volto ao
conceito de confiança social, quando vejo tantos afrodescendentes no poder
através da Bíblia pentecostal e/ou neopentecostal. A confiança não se encontra na cor da pele destes sujeitos, mas nos objetos que estes carregam. Ao que parece, não se trata
da ética protestante de Max Weber. Esta parece que se encontra longe deste
entendimento de 'empowerment' dos “bispos, pastores, irmãos” neopentecostais
ascendendo ao poder legislativo sendo no município, estadual e federal. Vale
lembrar que o atual prefeito da cidade do Rio de janeiro é pastor da Igreja
Universal.
Neste jogo de identidade
neopentecostal a fé tornar-se votos. O rebanho de ovelhas arcadianas tem
propósito e fim específico não apenas na construção de templos, mas também na
edificação de uma jogo e representação ideológica de uma hermenêutica bíblica
muito superficial de entendimento horizontal. A impressão dada é a ponta do
iceberg das intolerâncias. Isto é, não se aprofunda com a complexidade da
sociedade atual. Vai-se por terra toda a agenda no tocante a mulher, os
homossexuais, a educação laica e afins, onde uma moral religiosa interfere sem
a devida medida em realidades contextuais.
Há pelo menos dois desmontes: um da
cor da pele, outro da fé. A impressão dada é que o poder político se encontra
em jogo com um rebanho disciplinado, mesmo que o TSE (Tribunal Superior
Eleitoral) observe este controle hermenêutico do outro. Ou seja, o fiel é voto.
Instrumentaliza o discurso. Transforma-se o fiel em eleitor. O rebanho passar
ser o eleitorado.
A cor da pele diz alguma coisa, mas
não diz tudo aquilo que reforça a urna. Isto é,
a Bíblia e o velho testamento “fariseu contra filisteu”. A cor da pele
se apresenta como algo que não é racista, mas o é; por tal temário ter muita
dificuldade de entrar em tais templos e se isto acontece é na superficialidade
do discurso, e ao mesmo tempo, uma perseguição/intolerância aos
candomblecistas. Será do modelo de fé? Ou transformações em novos fies? Um
outro aspecto é o próprio desbotar da própria cor de pele.- identidade cultural
-. Tenho a cor, mas não tenho a cultura.
Conclusões iniciais. Votar em
afrodescendentes e/ou brancos pentecostais e neopentecostais é validar uma
agenda conservadora; excludente, racista. Estas são as questões inicias.
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