Domingos Oliveira de Sousa[1]
Acredito que o fio condutor deste
ensaio caminhe pelas declarações do senador “Tasso Jereissati: ‘Nosso grande erro foi ter entrado no
governo Temer”. A ideia do erro. O governo Dilma foi um divisor de águas
daqueles que pactuavam com a corrupção e daquele que entendiam que a política
era para gente honesta. Dilma agiu com autonomia moral. Não se corrompeu muito
menos permitiu a corrupção no seu governo. As pedaladas que não existiam foi o
mote para tirá-la do jogo. Ela oi capaz de perder o cargo, contudo não perdeu os
princípios morais. Mostrou-se forte e obstinada.
Paralelo a isso, o povo assistia
constrangido ao ver a presidente deposta e ao mesmo tempo as ações sociais
dos governos Lula/Dilma serem destruídas: o bem-estar social foi alvejado,
diminuído por parte imprensa, o combate à pobreza era algo feio. Voltamos ao
mapa da fome, da pobreza e com isso, mais violência, mais corrupção, e por fim
mais impunidade.
De um lado, os partidos pró Temer imaginavam
que o povo fosse sucumbir a ideia ao novo modelo de gestão do governo:
pós-democracia como afirma Collins em Pós Democracia. “Capital forte, Estado
fraco”. De outro lado, a democracia sofreu um golpe, contudo o povo percebeu.
Este muito certamente foi o grande erro dos partidos políticos que perderam a
eleição. Não aceitar a derrota. Não permitir a presidente governar. Como se o eleitor não fosse capaz de perceber
as diferenças dos governos do PT (Partido dos Trabalhadores) entre os outros
Governos.
O PT foi sensível àqueles que mais
necessitavam da assistência social que para muitos não existiam, sobretudo, nas
regiões norte e nordeste. É bom tom ressaltar que o maior número de assistidos
pelo bolsa-família se encontram na região sudeste.
À medida que a imprensa publicava
práticas e corrupção envolvendo políticos do PSDB, (Partido da Social
Democracia Brasileira) (PP) Partido Progressista entre outros partidos. A
sensação de impunidade aconteceu. Os políticos não tiveram o mesmo tratamento
de Dilma nem tão pouco como de Lula. Muitos estão correndo a cargos públicos
entre outros. Outros ainda não perderam o cargo político e ainda estão em seus
cargos. Alguns não foram investigados. Os que foram investigados não foram
punidos. Outros ainda foram investigados e a investigação caducou. A
investigação perdeu a validade. Enfim, muita gente corrupta não se encontra
presa. Ao contrário, mesmo sendo julgado em segunda instância.
Isto reflete nos percentuais de
intenção de voto a presidência da republica partidos do MDB (Movimento
Democrático Brasileiro), PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira)
perderam a credibilidade na hora do voto. O povo está fazendo um julgamento que
o STF (Supremo Tribunal Federal), tanto quanto (TSE) Tribunal Superior
Eleitoral deveria ter feitos em suas respectivas instâncias. Pode-se
interpretar que o voto ao Deputado Jair Bolsonaro seja representação a tudo que
cotidianamente o/a brasileiro/ tem visto nas práticas judiciais e nas práticas
políticas. Votar para contrariar o mando. Votar com raiva pelo que se vê e o
que se tem. Votar sem medir as consequências necessárias do amanhã de um lado.
Do outro lado, o PT com Lula preso em Curitiba pelo um crime que muitos juristas
afirmam que não existiu, arquiteta a vitória do seu partido. O povo quer o PT
de volta. Os percentuais de intenção de voto demonstram isto.
O PT vai sobreviver a este momento,
contrariando que muitos dizem que não sobraria nada deste partido, enquanto os
outros não se pode afirmar o mesmo. Talvez, tornem-se partidos locais e deixem
de ser partidos de expressão brasileira, como por exemplo PSDB em São Paulo. O
tempo dará a melhor resposta.
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