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Como acreditar na justiça?


Domingos Oliveira de Sousa[1]

Como acreditar na justiça? Esta é a questão que me deixa em dúvida. Se não acredito na justiça, não acredito na democracia, nem tão pouco nas instituições representativas, ou seja, os poderes: executivo, judiciário e legislativo. Talvez, estas instituições estão sendo drenadas pelo capital no contexto da modernidade. E, com isso, perdem a importância enquanto instância de poder e a passa a ser uma representação, uma agência, ou várias agências assistindo vários senhores com interesses diversos. De tal forma que, o Brasil deixa de ser uma democracia, e sim, em algo amorfo, um pseudópodo. No popular “ vai de acordo com freguês”

As instituições representam as estruturas do Estado e quando estas perdem a sua   autonomia. Elas respondem agora ao mercado. Não respondem mais ao próprio Estado nem ao povo. Este momento é do mercado que agencia os poderes que seriam públicos passam a ser privados ou de interesse privado. Este seria um fenômeno da modernidade tardia como afirma A. Giddens em Teoria da Estruturação? Ou a Modernidade Tardia do mesmo autor? O ainda Modernidade Líquida de Z. Baumman. Eis que o Estado brasileiro se desfaz.

O poder executivo mandava. Agora o poder executivo obedece.   Eis uma nova ordem, a obediência a um senhor ou vários senhores que não falam em público. Isto parece neoliberal, mas o é. Isto é um golpe do mercado frente à democracia.  Leio as matérias de jornais tratar do assunto pela forma e não pelo conteúdo.

 Quem manda no Brasil? Esta é a questão. Os conflitos de interesse estão contorcendo as instituições. A impressão é que as instituições não são mais o sujeito da história republicana, e sim, o objeto do capital transnacional. Esta é a questão mais sensível do momento. Até quando esta pandemia vai atacar o Estado, e até que ponto ele - o Estado - vai resistir a investidas diárias contra as o erário público, as riquezas de subsolo, os pontos estratégicos para lançamentos de foguetes, o pré-sal, enfim todas as riquezas que este país pode a vir produzir. Ou a nova ordem veio para ficar??



[1] É Professor da Educação Básica do Estado da Bahia. Mestre em Estudos Culturais/PT.

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