Fiquei muito admirado quando vi um cão esperando o sinal para atrevessar a passadeira, ou ainda, a faixa como se diz no Brasil. Isso de alguma forma me sensibiliza. É sinal que alguém adestrou o cão e ele colocou em pratica na certeza que não será atropelado. A simples faixa tem um grande significado moral no meu entendimento. Disse para mim mesmo que não iria fazer aquelas comparações absurdas que aqui é assim e lá é assado, acaba sendo um pouco desonesto. São contextos diferenciados e por serem as respostas são diferenciadas.
Mas, sei que nós brasileiro perdemos o respeito pelo semáforo. Por um lado, o medo, a intranquilidade e a sensação de insegurança que nos rodeia faz com que tenhamos uma reacção instantânea ao outro. E com isso, nos brutalizamos. Temos medo de sermos assaltados por que paramos no semáforo. Temos medo de atropelar um outrem em função do nosso próprio medo, e se atropolemos perdemos o direito de dirigir e diminuir a distância que percorrer durante o nosso dia a dia, ou ainda, acabamos como assassinos não intencionais do nosso semelhante. Por outro lado, simplismente nos brutalizamos. Perdemos a moral. Perdemos a capacidade de reflectir a respeito sobre o que é certo ou que é errado e atravessamos o sinal com um simples resposta para nosso alter ego. Tudo mundo faz assim por eu também não faço. E fica aquela sensaçao de que um dia eu farei o certo para compensar ás vezes que fiz errado, quando a postura deveria ser contrária.
Fiquei olhando os cães da Foz. Eles esperam os carros pararem e elegantemente atravessam a rua!
Porto, 19/12/2007
Domingos Oliveira de Sousa.
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