A propósito da frase do Rei Juan Carlos na XVII Cimeira Ibero-americana, estou a pensar das possíveis interpretações de uma frase deste calibre proferida por um Rei para todos ouvirem, excepto o Presidente Hugo Chaves, que afirma não ter ouvido. O que pensar? O que escever? Qual o caminho dever ser percorrido a fim de que eu possa provocar uma discussão mais ampla sobre o fato o ocorrido sem tomar uma tendência por ser brasileiro, latino-americano.
Frases como estas aparecem em filme onde o rei manda e a vassalagem obedece cegamente, mesmo que o jogo moral esteja impuro, esteja contaminado pela arrogância, prepotência e intolerância. A América latina tem caminhado para sua afirmação de identidade «mestiça», onde a miscigenação entre: negro-africano, europeu (espanhol e/ou português) e as populações que habitavam e habitam até hoje estes espaços denominados de forma geral como índios tem vivido um momento de recuperação da auto-estima identitária, que se expressa através da ascensão ao poder politico em regime democrático homens como Evo Morales, Lula da Silva, Hugo Chaves depois de vários anos de ditadura em seus respectivos países: Bolívia, Brasil e Venezuela.
«Porque no te callas», além da gafe diplomática da impressão que o rei pensa que reina ainda sobre a Venezuela. Se o Presidente Hugo Chaves se excedeu nas suas criticas à forma que o governo Espanhol gerência sua politica internacional: isso é uma coisa, entretanto mandar que chefe do executivo venezuelano se cale, é tratá-lo como qualquer coisa, é como se Estado venezuelano fosse menor, inferior, onde seu líder não tivesse estatura para falar o que falou; mesmo que ele diga que não ouviu, tendo uma postura mais educada que o primeiro.
Fica aquela sensação que a mentalidade neo-colonialista e pós – colonialismo entram em choque, quando os pares: antigos colonizados e colonizadores entram numa arena de discussões que, até então, quem participava destes palanques eram as antigas oligarquias venezuelanas, que abaixavam a cabeça para tudo e para todos por educação e/ou subserviência, mesmo tendo o petróleo que tem. Agora, talvez, os novos jogos democráticos que estão a ocorrer na América do Sul e as suas formas de relacionar-se internamente e/ou externamente ainda não estejam muito bem desenvolvidas, assim como compreendidas pelos que se precipitam a dizer: isto ou aquilo, dos novos dirigentes que estão sendo forjados nas veias do povo. Agora, talvez, rei e presidente precisem desenvolver um diálogo onde a compreensão e a tolerância estejam na pauta do dia a dia.
Porto, 18 de Novembro de 2007
Domingos Oliveira de Sousa
Frases como estas aparecem em filme onde o rei manda e a vassalagem obedece cegamente, mesmo que o jogo moral esteja impuro, esteja contaminado pela arrogância, prepotência e intolerância. A América latina tem caminhado para sua afirmação de identidade «mestiça», onde a miscigenação entre: negro-africano, europeu (espanhol e/ou português) e as populações que habitavam e habitam até hoje estes espaços denominados de forma geral como índios tem vivido um momento de recuperação da auto-estima identitária, que se expressa através da ascensão ao poder politico em regime democrático homens como Evo Morales, Lula da Silva, Hugo Chaves depois de vários anos de ditadura em seus respectivos países: Bolívia, Brasil e Venezuela.
«Porque no te callas», além da gafe diplomática da impressão que o rei pensa que reina ainda sobre a Venezuela. Se o Presidente Hugo Chaves se excedeu nas suas criticas à forma que o governo Espanhol gerência sua politica internacional: isso é uma coisa, entretanto mandar que chefe do executivo venezuelano se cale, é tratá-lo como qualquer coisa, é como se Estado venezuelano fosse menor, inferior, onde seu líder não tivesse estatura para falar o que falou; mesmo que ele diga que não ouviu, tendo uma postura mais educada que o primeiro.
Fica aquela sensação que a mentalidade neo-colonialista e pós – colonialismo entram em choque, quando os pares: antigos colonizados e colonizadores entram numa arena de discussões que, até então, quem participava destes palanques eram as antigas oligarquias venezuelanas, que abaixavam a cabeça para tudo e para todos por educação e/ou subserviência, mesmo tendo o petróleo que tem. Agora, talvez, os novos jogos democráticos que estão a ocorrer na América do Sul e as suas formas de relacionar-se internamente e/ou externamente ainda não estejam muito bem desenvolvidas, assim como compreendidas pelos que se precipitam a dizer: isto ou aquilo, dos novos dirigentes que estão sendo forjados nas veias do povo. Agora, talvez, rei e presidente precisem desenvolver um diálogo onde a compreensão e a tolerância estejam na pauta do dia a dia.
Porto, 18 de Novembro de 2007
Domingos Oliveira de Sousa
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